Há quem já esteja chamando o presidente Jair Bolsonaro de “Dilma de calças” por causa do trato com o Congresso. O capitão conhece o destino da ex-presidente ao não conseguir pagar o toma lá dá cá, marcado ao compasso de queda de popularidade.
Dilma e Bolsonaro não gostam do sistema político. Ambos resistiram ao Jogo de Brasília. É possível que os dois presidentes com estas características anti-Nova República terminem depostos. Ironia do destino, os campeões de governabilidade Lula e Temer estão presos (“babacas”, completariam os Ferreira Gomes’s Brothers). Bolsonaro é o anti-Lula, Dilma, a anti-Temer. Ou não?
Por isso que, provavelmente, Bolsonaro não vai arranjar 307 “namoradas”para aprovar a Reforma da Previdência. Vai seguir no Twitter, sem intermédio de especialistas em ideias para manter contato com seu eleitorado. É o populismo (“estúpido!”, completaria James Carville).
A Reforma terá de sair por amor ou por algum receio de não terminar como Temer, coração e alma do sistema político de centro-direita que foi substituído pela nova direita do capitão. Pelo amor, poderão indicar tecnicamente pessoas ficha limpa para a gestão. Pelo “banco de talentos”. Um pacote que a sociedade apoia. Não é por acaso que o presidente estica a corda contra o toma lá dá cá. Se duvidar, vai reconquistar os pontos perdidos no Ibope com essa briga com Rodrigo Maia.
Sem armistício, é melhor que o Congresso faça sua parte e resolva as mudanças na aposentadoria. E, claro, explique ao mercado eventual decisão de não economizar 1 tri em dez anos.
Não é desejo, é o que tem para hoje.