A disputa pelo comando da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) gera situações inusitadas. Depois de ser demitido da presidência da EBC, Ricardo Melo conseguiu retomar o cargo com uma liminar do Supremo Tribunal Federal e tenta desfazer o que foi feito na gestão de seu sucessor, Laerte Rímoli. Aí ocorrem novos embates. Por exemplo, a diretoria de Laerte suspendeu o contrato com a empresa do jornalista Luis Nassif. Melo sozinho não pode revogar a decisão. Mesmo assim, resolveu trazer Nassif para uma entrevista neste domingo com a presidente afastada Dilma Rousseff.
A administração da EBC se negou a bancar passagem e hospedagem para Nassif. Melo não aceitou a decisão. Foi até a empresa e, aos gritos, exigiu o pagamento às despesas para a vinda de Nassif. Conseguiu. A passagem foi emitida como pagamento a uma colaboração eventual. O clima na empresa não está nada bom.
Para aumentar a confusão, o Advogado-Geral da União, Fábio Medina Osório, que simplesmente não defendeu junto ao STF a decisão do presidente Michel Temer de substituir Melo na EBC, divulgou nota — publicada no Blog do Moreno, em O Globo –em que afirma que não lhe cabe atuar quando houver conflito entre o presidente interino e a presidente afastada. Essa interpretação de seu papel institucional vai lhe custar o cargo.
A expectativa no Palácio do Planalto é de que, depois de seus argumentos serem enviados ao STF, o próprio ministro Dias Toffoli, que concedeu a liminar, reconsidere a decisão. A conferir.