Responda rápido, quem são os homens mais poderosos do Brasil no momento?
O senso comum diria que é o presidente da República. Ou quem sabe o maior banqueiro? Ou o maior empreiteiro?
Bem… A presidente eleita está afastada do cargos, digamos, pelo conjunto da obra. O presidente em exercício, Michel Temer, tem a caneta, mas não pode fazer tudo o que quer: está nas mãos de uma base tão ampla e inconfiável quanto a de Dilma, sob acusações na Operação Lava Jato e com um processo em tramitação no Tribunal Superior Eleitoral que pode lhe custar o cargo.
O maior banco privado do Brasil é o Bradesco. O presidente do banco, Luiz Carlos Trabuco, está indiciado em um inquérito na Operação Zelotes pelos crimes de tráfico de influência, corrupção ativa, corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
E o presidente da maior empreiteira do país, a Odebrecht. Bem… Este já está preso pela Lava Jato.
Então sobrou o poder para os donos do Congresso. Que tal os dois maiores partidos, PT e PMDB? E os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Waldir Maranhão (PP-PI)? E o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL)? Bem… Todos sob uma avalanche de denúncias na Operação Lava Jato. Portanto, nas mãos do juiz Sérgio Moro e, depois, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Acompanhou o raciocínio? Elementar, meu caro internauta. Os homens mais poderosos do país no momento estão no Judiciário.
O primeiro deles é o juiz Sérgio Moro, que já consta das listas internacionais de homens mais poderosos do mundo. Por conta da Lava Jato, as cúpulas do PMDB, do PT e até do PSDB, ou seja, a nata da classe política do país está nas suas mãos.
O outro é o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, que está presidindo o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e integra no momento a linha sucessória, podendo ter que assumir a presidência da República, por exemplo, durante a viagem de Temer ao Uruguai, se, fragilizados junto a opinião públicas pelas denúncias que os cercam, Waldir Maranhão e Renan Calheiros não puderem sentar no trono.
E o outro é o presidente do TSE, Gilmar Mendes, que deve comandar o julgamento da ação de cassação da chapa presidencial Dilma-Temer, eleita em 2014.
Moro, Lewandowski e Gilmar… Os homens mais poderosos do momento num país onde a política virou caso de polícia.