Nos próximos dias, o presidente eleito e diplomado, Jair Bolsonaro, vai se reunir com bancadas de cinco partidos (PSD, DEM, PSL, PP e PSB), repetindo uma agenda da semana passada, quando se sentou com parlamentares de quatro siglas. A eleição para a Presidência da Câmara certamente estará entre os temas de interesse. É um pleito importante, que o novo futuro governo deve tratar com todo cuidado.
O ideal para Bolsonaro é a eleição de um aliado, que atue como parceiro, capaz de alertar o Palácio do Planalto sobre as pautas-bomba e de atentar para as condições políticas para chamar as reformas à votação.
O pior dos mundos seria a eleição de um político ressentido, que muito provavelmente se tornaria um adversário na cadeira mais alta da Câmara.
“A rejeição pública do
deputado Eduardo Bolsonaro a Rodrigo Maia
é desastrada, com potencial para ser desastrosa.”
Se a saída for assumir o entendimento de que o ótimo é inimigo do bom, o Palácio deve reconhecer a autonomia dos deputados para elegerem o Presidente e só atuar, ainda assim discretamente, na iminência de um desastre.
O problema é a inexperiência dos deputados eleitos pelo PSL, o partido de Bolsonaro, e o poder dos filhos do futuro presidente. O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) declarou nesta segunda-feira que a bancada do seu partido tem outras opções que não o deputado Rodrigo Maia (DEM-SP), atual presidente da Câmara e um nome forte na eleição do início de fevereiro. Na verdade, a bancada do PSL tem tantas opções que não se entende.
A rejeição pública do deputado Eduardo Bolsonaro a Rodrigo Maia é desastrada, com potencial para ser desastrosa.
* Carlos Lopes é jornalista e diretor da Agência Tecla / Informação e Análise