A dívida mobiliária federal interna caiu R$ 83,3 bilhões em abril e agora está em R$ 2,67 trilhões, o que equivale a 44,6% do Produto Interno Bruto (PIB), devido ao resgate líquido dos papéis com recursos da Conta Única do Tesouro Nacional.
O saldo desta conta única, que era de R$ 984 bilhões em final de março, caiu para R$ 885,3 bilhões em abril devido a esta operação de resgate dos papéis em poder do mercado, como Os Divergentes abordou neste fim de semana.
Estes recursos da Conta Única do Tesouro só podem ser utilizados para abatimento de dívida, uma vez que foram formados pela remuneração dos ganhos com os papéis públicos em poder do Banco Central (BC), do rendimento dos depósitos desta conta e ganhos com operações cambiais do BC.
O resgate feito de R$ 108 bilhões de títulos públicos com recursos da conta única deverá implicar em uma redução da conta de juros do governo de cerca de R$ 14,25 bilhões em um ano. Mesmo com a utilização destes recursos da conta única houve a necessidade de incorporação de juros de R$25,3 bilhões no estoque da dívida devido, uma vez que o governo federal conseguiu apenas R$8,7 bilhões de superávit primário em 2016.
Já a dívida líquida do setor público, apurada com a dedução das reservas e os recursos da Conta Única do Tesouro alcançou R$2.356,6 bilhões (39,4% do PIB) em abril, elevando-se em 0,5% PIB em relação ao mês anterior. A valorização cambial de 3,04% no mês respondeu por elevação de R$33,4 bilhões do estoque da dívida líquida.