Em entrevista nesta terça, 4, o senador eleito Cid Gomes (CE) fez um bom resumo do futuro governo de Jair Bolsonaro. “Será um governo do imponderável”, disse ao Jornal da CBN.
Exemplo: reforma da previdência, a mãe de todas as reformas. Enquanto a equipe econômica, chefiada pelo economista de estimação, Paulo Guedes, queria aprová-la em 2018, o presidente eleito dá sinais distintos.
“Não podemos querer salvar o Brasil matando idoso“, disparou Bolsonaro a respeito do projeto engatilhado para votação na Câmara, do atual governo. Alçado a matador de velhinhos, o presidente Michel Temer e a confraria de economistas e empresários que apoiaram o capitão-mor consideram o projeto “suave” demais.
Já Onyx Lorenzzoni, o escudeiro dos pampas, diz que não tem pressa. “Temos quatro anos [para aprovar a reforma da previdência]”.
O que dizer, então, de medidas que deveriam vir na esteira da mãe das reformas, como privatização, simplificação tributária e leilão do pré-sal? No “governo da imponderabilidade”, nas palavras de Cid Gomes, talvez nem Bolsonaro saiba a resposta.