Tancredo Neves costumava dizer que esperteza, quando é muita, come o dono. Um velho ditado diz que apressado come cru. João Doria parece padecer de ambos os males. Ele é muito afoito. Entende a velocidade do marketing, mas desconhece o tempo político.
Ele abandonou a candidatura Alckmin de maneira atabalhoada e deu munição aos adversários, inclusive no ninho tucano, para reforçar a acusação de que ele não é confiável, trai eleitores e parceiros políticos.
Pois bem. Nessa sexta-feira (12), a assessoria de Doria anunciou que ele se encontraria — e gravaria vídeos de apoios mútuos — com Jair Bolsonaro, no Rio. Isso acendeu uma luz amarela no entorno de Bolsonaro, que prefere vê-lo longe das sucessões estaduais, exceto nas quais o seu partido (PSL) esteja diretamente envolvido.
No começo da noite, Doria chegou a casa do empresário Paulo Marinho, suplente do senador eleito Flávio Bolsonaro, onde o presidenciável tem gravado vídeos. Tomou um bolo. Bolsonaro não estava lá. Aliados dele dizem que ele não pretende servir de escada para Doria.
A conferir.