João Vicente Fontella Goulart nem tinha ainda 9 anos quando o golpe militar de 1964 mudou sua vida e a história do Brasil. Seu pai, o presidente João Belchior Marques Goulart, foi deposto com o argumento de que, com o projeto das Reformas de Base, desejava implantar no Brasil o regime socialista.
A família teve de exilar-se no Uruguai. Foi lá que o pequeno João e a irmã Denize passaram a infância e a adolescência, com a mãe, a ex primeira-dama Dona Maria Thereza e o pai, o ex-presidente Jango.
João nasceu no Rio de Janeiro, em novembro de 1956, quando Jango era vice-presidente de Juscelino Kubitschek. Em 1961, Goulart pai assumiu o Palácio do Planalto porque Jânio Quadros, alegando “forças ocultas”, renunciou ao cargo. Razões até hoje inteiramente desconhecidas. Com a morte de Jango, em 1976, a família retornou ao Brasil. Formou-se em filosofia. Em 1982, foi eleito deputado estadual no Rio Grande do Sul, terra natal de Jango.
Nessa eleição de 2018, João Vicente decidiu candidatar-se à presidência da República, repetir a carreira do pai Jango, que foi ministro do Trabalho no governo Getúlio Vargas. Sua legenda não é o PTB, fundado por seu tio Leonel Brizola e hoje dominado por Roberto Jefferson. É o pelo pequeno PPL-Partido Pátria Livre.
Para criar link entre eleitores e seu histórico pai com ele, registrou sua candidatura com o nome de João Goulart Filho.
Entretanto, as pesquisas da preferência popular para os 13 candidatos ao Palácio do Planalto, não são generosas com o filho de Jango. Em nenhuma delas, Goulart Filho chegou a um por cento. É possível que os chamados candidatos nanicos sejam vítimas de equivocada legislação por não permitir acesso igualitário para que todos os concorrentes exponham seus ideais em busca de posto tão importante da República.