Pedro Parente, presidente da Petrobras, foi o único brasileiro a participar da primeira missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Moscou, após o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) em 1991.
Parente, junto com a especialista do FMI em finanças públicas, Tereza Ter-Minasian, fez um diagnóstico sobre a questão fiscal da ex-União Soviética e seus impactos para a economia mundial. Parente era na época funcionário do Banco Central e fazia parte do departamento fiscal do FMI, responsável pela avaliação das contas públicas de todos os países.
O presidente Michel Temer pode ter convidado Pedro Parente como um grande gestor para resolver os problemas administrativos da Petrobras, mas terá em sua equipe um especialista em questões fiscais e um profundo conhecedor dos desequilíbrios fiscais do Brasil, desde a época que esteve no Ministério da Fazenda no período anterior ao Plano Real.
Apenas para trazer à memória do leitor, Tereza Ter-Minasian é uma das maiores autoridades sobre contas públicas e economia brasileira. Junto com o economista do FMI Vitor Tanzi, dizia que o sucesso do Plano Real como projeto de crescimento e distribuição de renda seria comprometido por uma carga tributária maior que 30% do Produto Interno Bruto (PIB). O diagnóstico revelou-se correto. Hoje, a carga tributária é maior que este percentual. O setor privado precisa pagar menos impostos para poder investir e gerar empregos e renda.