O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou na noite deste domingo, 05, a minutos do fim do prazo para registro, uma carta à Executiva Nacional do PT na qual indica o nome do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad para ser o candidato a vice na chapa do partido. Na carta, Lula cogita a possibilidade de Manuela D’Ávila (PCdoB) compor a chapa, mas deixa a decisão para a executiva do PT. Até o momento em que este texto foi escrito, a executiva estava deliberando sobre o nome de Haddad, mas não há dúvidas de que será confirmado. O PCdoB, por sua vez, decidiu não esperar. A deputada estadual escolheu como vice o presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Adilson Araújo. Mantida a candidatura própria de Manuela D’Ávila (PCdoB), a aliança entre PT e PCdoB terá que ficar para um provável segundo turno.
Segundo analistas políticos, Haddad, assim que for confirmado, sairá com 15% a 20% das intenções de voto, o que – entre votos brancos, nulos e abstenções previstos -, já o garantiria no segundo turno. Ciro Gomes (PDT) é quase carta fora do baralho. E o rival de Haddad será Jair Bolsonaro (PSL) ou Geraldo Alckmin (PSDB), sacramentando o embate entre esquerda e direita nas eleições mais complexas da história recentes do país. Nos próximos dias, e com o início da campanha eleitoral, Alckmin e Bolsonaro devem travar uma guerra fratricida. Não espere um debate cordial.
Fernando Haddad é o coordenador do programa de governo de Lula e, hoje, junto com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, um dos líderes do PT mais próximos do ex-presidente, que lançou-o para a vida pública como ministro da Educação em 2005 (ele ficou no cargo até 2012) e depois como candidato a prefeito de São Paulo, vitorioso no segundo turno em 28 de outubro de 2012. Como lembrou o site de mercado Infomoney, alguns elementos potencializam o nome de Haddad. O fato de ser de São Paulo, maior colégio eleitoral do país, e o fato de ter governado a capital por 4 anos, embora tenha saído derrotado em primeiro turno na disputa pela reeleição, em 2016.
A chapa puro-sangue petista – Lula-Haddad – vai durar, pelo menos, até que o TSE finalmente impugne a candidatura de Lula, pule de dez nas Cortes superiores, “com Supremo, com TSE, com tudo”. Depois Haddad salta para candidato a presidente e a vaga de vice fica em aberto. Pelo atual entendimento da Lei da Ficha Limpa, Lula, condenado em segunda instância a 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, está inelegível – daí a importância da escolha do vice. A chapa liderada pelo PT já recebeu os apoios de PCO e Pros.