O fim prematuro da Copa do Mundo para os brasileiros antecipa também decisões políticas que, enfim, podem destravar a campanha eleitoral. Na luta por uma aliança com o bloco do DEM, PP, PRB e Solidariedade, Geraldo Alckmin joga muito mais do que simplesmente ampliar seu já vasto tempo de propaganda eleitoral na tevê.
Se fechar o acordo com o bloquinho inteiro ou com parte da turma coordenada por Rodrigo Maia, Alckmin ganha tempo para por ordem na própria casa, que anda meio bagunçada. Mas, se perder essa parada para Ciro Gomes, além de turbinar um rival forte, vai enfrentar turbulências no ninho tucano e entre aliados que hoje ainda parecem fiéis.
Uma eventual derrota nessa queda de braço com Ciro Gomes pode deslanchar um movimento interno no PSDB em favor de João Doria, estimulado pela turma de Aécio Neves, com o apoio de Michel Temer e de boa parte do MDB.
Outros setores tucanos podem trocar de ninho. Alinhados com o PPS, PV, um grupo de intelectuais e outros integrantes do autodenominado polo democrático progressista, eles têm no radar Marina Silva como uma boa alternativa. Se entenderem que Alckmin já não é mais uma boa aposta, podem migrar para Marina, com as bênçãos de Fernando Henrique Cardoso.
Nas últimas semanas, Marina fez alguns acenos para se aproximar dessa articulação. Se der certo, ela pode ganhar um tempinho precioso na propaganda eleitoral. Apesar do discurso de que o importante é o apoio de movimentos sociais, Marina sabe que, sem tempo na tevê, contar apenas com as redes sociais pode inviabilizar sua ida para o segundo turno.
Jair Bolsonaro já caiu na real. Trocou o nem te ligo para os partidos com tempo na tevê por um intenso assédio ao PR, cujo dono é Valdemar Costa Neto, um especialista em flertar com todos, em busca do melhor dote.
Assim, o preço de alianças com a turma do balcão político está cada vez mais salgado.
A conferir.