Não é à toa que nossa maior guerra política, universal, ainda seja para aonde vai o clima do planeta. Nem tecnologias sofisticadas conseguem dirimir as dúvidas das quais dependem soluções para saciar a sede e a fome, entre outras necessidades humanas ameaçadas. Os avanços na ciência e os achismos de sempre continuam divergindo em suas projeções – o tamanho do aquecimento global, por mais incrível que pareça, é um deles.
Em graus igualmente variados, os desacertos ponteiam as mais diversas e contestadas gestões políticas. O que antes, independente de óticas ideológicas ou pragmáticas, era certo ou errado, migrou para o imponderável. A versão deixou de disputar com o fato. Em velocidade impressionante, práticas tidas como medievais ganharam versões modernas no jogo rastaquera da política nacional. Sérgio Cabral é um bom exemplo disso.
Como Lula, ele apostou no enfrentamento. Se disse inocente, repeliu toda e qualquer acusação, e se mostrou indignado com qualquer trocado atribuído a suas contas. Delações e apurações acabaram com esse castelinho. Pego na mentira, resolveu fazer um “pequeno reparo” a seus depoimentos anteriores. Na maior cara de pau, Sérgio Cabral confessou que cerca de 500 milhões de reais, em uma estimativa tida como razoável, mesmo em parcelas menores, teriam transitado por suas contas.
Com essa fortuna na roda, Serginho reconheceu que “apenas” 20 milhões de reais bancaram suas despesas pessoais. Ele sabe que é carta fora do baralho. Mesmo com o monte de salvos condutos distribuídos por Gilmar Mendes,vai continuar na cadeia. Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima, Eduardo Azeredo, Antonio Palocci, José Dirceu, Vaccari, Delúbio, entre outros, também seguem presos.
O jogo de cada um deles perdeu fôlego quando Lula, cumprindo sua primeira condenação por corrupção, foi para a prisão. Sobrou a ilusão de que ele sairia rapidinho. Murcham as expectativas no mesmo ritmo que fracassam as tentativas de liberar Lula para puxar a fila para fora da cadeia.
A conferir.