Estou curioso:
1. O governador de São Paulo, Márcio França, fará uma campanha defendendo o governo paulista. O socialista era vice-governador de Geraldo Alckmin e não há nada melhor para ele do que colar nas múltiplas realizações do tucano. Ainda mais considerando que Alckmin fará o mesmo como candidato a presidente da República. Alckmin e França terão um discurso colado. O que fará João Dória, o candidato do PSDB: também colará seu discurso ao de Alckmin ou adotará uma linha de oposição? O melhor para o candidato a presidente é que França e Dória defendem sua gestão em São Paulo. Só que eles não podem ter discursos iguaizinhos. O que vai acontecer?
2. Conseguirá o ex-presidente Lula transferir seus votos para o candidato do PT? Seu escolhido, Fernando Haddad, registrou 3% em pesquisa divulgada em maio pelo IPESPE e que foi contratada pela XPinvestimentos. Bolsonaro tem 24%, Marina Silva 14%, Ciro Gomes 10%, Geraldo Ackmin 9% e Álvaro Dias 4%. Quando Lula é incluído na cédula da consulta, Marina cai para 9% e Ciro Gomes para 6%. O mesmo IPESPE fez pesquisa, agora em maio, em Santa Catarina, e constatou que Haddad chegou a 7%. Em pesquisa do mesmo instituto, em novembro de 2017, o petista tinha 2%. O que pode acontecer?
3. Como ocorre faz alguns meses, analistas políticos e tucanos preveem que Alckmin vai levantar voo. Usam como comparação as eleições de 2014, quando na reta final Marina Silva foi ultrapassada por Aécio Neves, que foi para o segundo turno. Alegam que esse é o destino de Jair Bolsonaro, líder nas pesquisas. Lembram que ele não tem tempo de TV, nem partido, não tem aliados, nem projeto de governo. Quem desmontou Marina na eleição de 2014 foi a petista Dilma Rousseff. O PT vai usar a campanha para desmontar os outros ou para reformar sua imagem e defender seu legado? Quem vai para cima de Bolsonaro agora? Bolsonaro sustenta sua campanha nas redes sociais. Diante das maravilhas que se canta em prosa e verso sobre essas redes, a TV terá tanto peso assim? Vamos ver.
4. Qual o destino do PP? Na eleição de 2010, entre Dilma e José Serra, o partido não fez coligação nem com o PT nem com o PSDB. Em 2014, o partido integrou a coligação pela reeleição de Dilma. O controle do partido está com o Nordeste, onde seus diretórios se dividem entre a simpatia por Ciro Gomes (8) e o PT (2). O Sul (3) e o Sudeste (3) estão com Alckmin, sendo que Minas Gerais tem inclinação por Henrique Meirelles. Estes números indicam que a tendência, se houver coligação, é que esta coligação deve ser com Ciro Gomes. Isso é hoje. E amanhã? Como será?
5. Há ainda o caso de Marina Silva. Sem tempo de TV e sem alianças partidárias. Mas ela, até agora, é a maior herdeira dos votos do ex-presidente Lula. Qual seu futuro?
Há mais perguntas pelo ar, mas estas são as que mais me deixam intrigado.