MARYNA LACERDA, DA AGÊNCIA BRASÍLIA
Como forma de dar mais visibilidade ao movimento indígena, oficinas, debates e exposições estão incorporados à programação do 58º aniversário de Brasília. O Abril Indígena prevê uma série de ações de sexta-feira (13) até o fim do mês — duas exposições continuam em maio e junho.
O Memorial dos Povos Indígenas, no Eixo Monumental, concentrará a maioria das atividades. A oficina A arte da cerâmica abre a agenda, na sexta-feira (13) e no sábado (14). Nela, integrantes dos povos Terena, Kadiwéu e Kinikinau ensinam como transformar argila e barro em peças como vasos e utensílios variados.
No fim de semana seguinte (20 e 21 de abril), será ministrada a oficina A arte da pintura corporal, com mulheres do povo Kayapó. Elas mostrarão o processo completo, desde a obtenção da tinta, com a extração do jenipapo, até a aplicação na pele.
Em 27 e 28 de abril, ocorre a oficina A arte da cestaria, com representantes do povo Canela.
Os participantes das três oficinas devem preencher formulário de inscrição, uma vez que as vagas são limitadas. A entrada é gratuita.
Também faz parte da programação o cine-debate gratuito com filmes que retratam tradições e origens indígenas. De 24 a 27 de abril, os interessados podem discutir a representação dos índios no imaginário popular e as demandas sociais deles.
O memorial recebe ainda a exposição Ocupação Culturas Vivas, de 13 de abril a 30 de junho, com entrada gratuita.
A única atividade fora do Memorial dos Povos Indígenas é a exposição de fotografias Yawalapiti – Entre Tempos, em que o fotógrafo Olivier Boels retrata a arte do povo Yawalapiti, comunidade do Alto do Xingu, em Mato Grosso. A abertura será em 19 de abril, a partir das 19 horas, no Museu Nacional, ao lado da Catedral Metropolitana de Brasília.
Parceria para tornar Memorial dos Povos Indígenas mais conhecido pela população
O Abril Indígena é organizado pelo Centro de Trabalho Indigenista (CTI), em parceria com a Secretaria de Cultura. A organização sem fins lucrativos venceu o chamamento público, aberto pela pasta em outubro de 2017, para recuperar e dinamizar o espaço cultural.
“Queremos que ele seja um ponto de referência para toda a articulação do movimento indígena e para que a população conheça o que são as vivências dos povos”, explica a coordenadora do projeto pelo CTI, Guta Assirati.
Pelos próximos dois anos, o memorial sediará eventos e ações no âmbito de valorização do patrimônio cultural indígena.
O Termo de Colaboração nº 13, assinado em 23 de dezembro do ano passado, estabelece o repasse de R$ 1,2 milhão, dividido em duas etapas.
O valor referente a 2017, com aplicação em 2018, é de R$ 800 mil. Já para o período seguinte, a destinação será de R$ 400 mil, com aplicação em 2019, a depender da previsão da Lei Orçamentária Anual.
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