O vice Michel Temer ainda resiste a dar posse a seu Ministério no Salão Nobre do Planalto, o maior e mais importante do palácio. Tem comentado com seus interlocutores que prefere um lugar menor – quem sabe o Salão Leste -, um evento mais discreto, que não pareça festa e nem dê a impressão de que ele próprio estaria tomando posse – já quefaz questão de lembrar, será interino até o julgamento final de Dilma Rousseff pelo Senado.
Por isso, Temer pensou em fazer sua primeira aparição pública com a equipe, e seu primeiro pronunciamento, numa sala de reuniões, com todo mundo sentado, em postura de trabalho. Só que não há como ser discreto nessas horas, e ninguém toma posse sentado. Os ministros precisam ser empossados, é um ritual inevitável. Então, o vice evoluiu e passou a aceitar uma cerimônia de posse.
Agora, os auxiliares mais próximos tentam convencê-lo a aceitar o Salão Nobre por uma razão simples: espaço. Por mais que se reduza o número de ministros, eles serão pelo menos 22 ou 23, que vão querer levar suas famílias para esse raro momento. Sem falar na presença esperada da maioria do Congresso – que, afinal, foi quem colocou Michel Temer ali.
Teme-se que a primeira solenidade planaltina na era Temer acabe sendo um acotovelamento só, sem espaço para todo mundo. Como não há hora marcada ainda, e nem condições de antecipar qualquer preparativo no Planalto ainda habitado por Dilma, o assunto ainda está em discussão.