Ninho tucano em Brasília à beira de um ataque de nervos. A qualquer momento o governador e pré-candidato Geraldo Alckmin vai definir como será sua campanha no Distrito Federal e arredores, pois a disputa na capital espraia-se às áreas limítrofes de Goiás, onde há um eleitorado de várias centenas de milhares de eleitores.
Se esse eleitorado não vota da eleição distrital, são eleitores nacionais influenciáveis pelas campanhas de Brasília. Alckmin está atento a esse alcance da caça às urnas na capital.
A ansiedade é visível. De um lado os grupos que integram o Diretório Regional, que se agrupam em torno do nome do presidente do partido no DF, deputado federal Izalci Lucas; no outro, a dissidência tucana que segue algumas figuras relevantes, que apoiam uma aliança com o atual governador Rodrigo Rollemberg, candidato à reeleição. Aí se dará a definição do palanque do candidato presidencial.
O governador Geraldo Alckmin poderá definir nesta quinta-feira como será sua campanha na capital. Se renovar o mandato provisório do atual presidente, estará irremediavelmente afastado de Rollemberg, que poderá seguir com seu partido, o PSB, em apoio a alguma aliança à esquerda, possivelmente liderada pelo ex-presidente Lula. Este posicionamento ideológico encontra muita receptividade em setores peessebistas importantes, que preferem seguir com seus aliados tradicionais a se aliarem a uma chapa tida como “de direita”.
Já os segmentos ortodoxos, afinados com a direção formal do PSDB, sustentam que Alckmin vai preferir um palanque encabeçado por uma candidatura tucana, com discurso moderado, centrista, com forte tendência privatizante.
Essa linha seria intragável para o PSB, que já está desconfortável com o anúncio pelo governador paulista do nome do economista carioca Pérsio Arida para comandar a economia em seu provável governo. Arida é do time de economistas da PUC do Rio, que tem entre seus integrantes o ex-ministro Pedro Malan e o autor do Plano Cruzado,André Lara Resende. A esquerda prefere José Arthur Giannotti, originário da USP. Esse é um dos divisores de águas entre os apoios da candidatura de Geraldo Alckmin.
Haja muro para tantos tucanos.