– A segurança pública hoje é solicitada em todo o País… Temos que conectar o combate à criminalidade às necessidades sociais… A intervenção na segurança do Rio de Janeiro é civil e amparada na Constituição.
São palavras do presidente Michel Temer ao dar posse, no Palácio do Planalto, a Raul Jungmann no Ministério Extraordinário da Segurança Pública, criado por Medida Provisória, nessa segunda-feira.
Jungmann deixa o Ministério da Defesa, que ocupa desde maio do ano passado. Em seu lugar, assume interinamente o general Joaquim Silva e Luna. É, aliás, a primeira vez que um militar comanda a pasta desde sua criação, em 1998, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso e que abrange as três armas militares, o Exército, a Marinha e a Aeronáutica.
É uma maneira de o presidente Temer prestigiar os militares com função tão relevante, já que, desde a criação do Ministério da Defesa, jamais um quatro estrelas o havia comandado. Antes do deputado Raul Jungmann e agora do general Silva Luna, nove civis ocuparam o cargo: o ex-senador capixaba Élcio Álvares; o ex-Advogado-Geral da União, Geraldo Quintão; os embaixadores José Viegas e Celso Amorim; o ex-governador da Bahia Waldyr Pires; os deputados Nelson Jobim, Jacques Wagner e Aldo Rebelo; e o ex-vice presidente de Lula, José Alencar.
A escolha de Jungmann para a pasta da Segurança se dá por várias razões. Entre elas, a experiência que adquiriu à frente do Ministério da Defesa e também por ter boa interlocução com governadores e demais autoridades envolvidas no assunto. Em seu discurso, anunciou que ficará à frente do ministério até o fim do mandato do presidente Temer e que, portanto, abandona a sua participação na vida partidária.
O novo ministério a cargo de Raul Jungmann tem como principal finalidade, segundo o governo, ampliar a atuação na repressão aos crimes e a violência em todos os estados não somente no Rio de Janeiro, que recente teve decretada intervenção federal na segurança, comandado pelo general-de-Exército Walter Braga Netto.
A Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, o Departamento Penitenciário Nacional e a Secretaria de Segurança Pública, inclusive a as tropas da Força Nacional, passarão a ficar sob o comando do novo ministério. Ao discursar, após assinar o termo de posse, Jungmann disse que a União precisa ampliar suas responsabilidades e integrar as entidades já existentes para combater o crime organizado. E também, corrigir imperfeições no sistema penitenciário, equipar as polícias e construir ações cojnuntas com os países vizinhos para combater o contrabando e o tráfico.