O PT e o PSDB, que dominam a política nacional nos últimos 20 anos, querem voltar aos seus momentos de glória. Imaginam que, a despeito de todas as mudanças ocorridas nas últimas duas décadas, poderão voltar no tempo e voltar a viver aqueles momentos maravilhosos.
Lula vem liderando as pesquisas, mas já não é a grife de 2002 nem portador da promessa de uma política social para valer. Terá que enfrentar numa campanha o fardo da Lava Jato. Além disso, provavelmente não será candidato e poderá até estar preso – na cadeia ou no domicílio.
O PT já não terá um anjo capaz de leva-lo ao céu. Mas acreditam que Lula, de onde estiver, puxará ladeira acima seus candidatos a presidente da República, governador, senador e deputado federal. Estão todos pendurados em Lula. Só em outubro se saberá se deu certo.
O PSDB se debate em busca de um candidato competitivo como o ex-presidente Fernando Henrique se transformou em 1994 com o Plano Real. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que teoricamente deveria ser o candidato, está sendo abandonado.
O movimento para enfraquecê-lo começou com a peregrinação pelo país do prefeito de São Paulo, João Dória. Depois foi a candidatura do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, e a sua prévia. Mas o movimento mais poderoso contra Alckmin vem de Fernando Henrique.
Para FH, Alckmin não é competitivo. Ele está de conversa com o apresentador de TV Luciano Huck, em busca de um candidato de fora da política e que possa tornar o PSDB competitivo. FH vai atrás do presidente do PPS, Roberto Freire, o primeiro a defender a tábua Huck de salvação. Na mídia, cresce a simpatia pela fórmula Huck. Seria como reviver Fernando Collor.
Alckmin fez isso ao lançar Dória candidato a prefeito de São Paulo. O senador Aécio Neves, candidato do PSDB em 2014, tentou fazer isso no Rio de Janeiro tentando transformar o ex-treinador da vitoriosa seleção brasileira de Vôlei Bernardinho em candidato a governador.
Analistas já começam a perceber que o deputado Jair Bolsonaro (do nanico PSL) está se apropriando do eleitorado do PSDB no Sul e no Sudeste. Registram que economistas liberais e empresários avaliam que ele é o nome viável da direita.
Por isso, buscam alguém que possa fazer o mesmo discurso contra os políticos e a política e que levou Collor ao Planalto em 1989. Mas se Huck tiver a coragem de ir à luta e enfrentar a baixaria de uma campanha, só em outubro se saberá se funcionou.