Não há surpresa alguma com a confirmação da condenação de Lula pelo TRF4, que vai ficando clara no voto do desembargador Leandro Paulsen. A esta altura do julgamento, não há mais volta. Mas a surpresa é a contundência das afirmações. O revisor acaba de dizer que Lula foi “beneficiário direto da propina do triplex” e que “agiu pessoalmente” para a prática criminosa. “Há elementos de sobra” a incriminar o ex-presidente, concluiu.
Assim como o do relator Gebran Neto, o voto de Paulsen foi uma defesa candente da Lava Jato e de seus métodos e um ato de apoio ao juiz Sérgio Moro. Os argumentos da defesa de Lula e do PT foram sendo rebatidos na sequência dos dois votos. Paulsen, além de elogiar institutos como a delação premiada, fez questão de dizer que a operação Lava Jato desbaratou um esquema de corrupção instituído no governo petista, mas aue se dirigiu indistintamente a todos os agentes públicos e partidos. Ele citou nomes de condenados do PMDB, do PP e do PTB.
Como curiosidade: o desembargador começou sua intervenção com considerações contundentes sobre o combate à corrupção e ao crime organizado, chegando a lembrar que a legislação que permite fazer isso hoje – como as leis da Ficha Limpa e da Corrupção – foi aprovada e sancionada nos governos petistas de Lula e de Dilma.