Mesmo com as reiteradas manifestações por todos os ministros do Supremo Tribunal Federal de que a suspensão do mandato do deputado Eduardo Cunha, baseada no Código Penal, foi uma solução jurídica “excepcional”, os políticos em Brasília de quase todos os matizes entraram em pânico. Centenas de deputados federais e dezenas de senadores respondem a inquéritos ou a processos no STF. Os advogados que os representam foram para uma avaliação dos riscos.
Assessores de alguns caciques da política nacional telefonavam para jornalistas para informar que seus chefes são investigados, mas ainda não são réus. Portanto, não poderiam, por enquanto, serem afastados pelo Supremo dos mandatos ou cargos.
No entorno do futuro presidente Michel Temer a apreensão aumentou quando o líder do PPS, deputado Rubens Bueno, propôs que os investigados na Operação Lava Jato não participassem do novo ministério. Caso do senador Romero Jucá, nome certo para o Planejamento, e do ex-deputado Henrique Eduardo Alves, favorito para o Ministério do Turismo. E, também, de ministros do atual governo que estão na mira da Lava Jato, como Aloísio Mercadante, Edinho Silva, Ricardo Berzoini, entre outros. A decisão do Supremo elevou a tensão em Brasília, que já estava bem alta.