Vespertinas: na ecologia e nos direitos humanos, Temer não surpreende

Presidente Michel Temer.

Temer é isto aí I. Depois de tentar desfazer áreas de preservação na Amazônia, o presidente Michel Temer investiu contra os direitos humanos. Num lance intempestivo, o mandatário-tampão resolveu retroceder no combate ao trabalho escravo.

Temer é isto aí II. Primeiro, o acuado presidente foi forçado a revogar um decreto que extinguia uma reserva ambiental. Nesta terça, 24, a juíza Rosa Weber, do STF, barrou liminarmente tentativa de fragilizar a luta contra condições subhumanas de trabalho.

Temer é isto aí III. Difícil saber se o pouco caso com o meio ambiente e os direitos humanos é fruto da luta temerista pela sobrevivência – pois precisa agradar aliados na Câmara para preservar o cargo – ou convicção. Ou ambas.

Temer é isto aí IV. Pouco importa. Os deletérios efeitos seriam os mesmos se as iniciativas prosperassem. Como antecipou Os Divergentes há quase quatro meses, “se Michel Temer prosseguir mandatário, teremos duas probabilidades: a economia continuará em lenta recuperação; o meio ambiente e os direitos humanos, escanteados”.

Adeus, 2018 I. Caso o destino não apronte novamente – como fez com o impeachment e a recessão histórica -, nesta quarta, 25, o presidente Michel Temer deve se safar mais uma vez de perder o mandato. No Parlamento, deputados mimados com regalos não indicam sublevação.

Adeus, 2018 II. Salvo das garras da Justiça, Temer e suas conversas abaixo do rés-do-chão do Jaburu deixarão como legado um atraso nas reformas que mesmo os economistas mais heterodoxos entendem necessárias. “Pode ficar tudo para 2019 a um custo muito mais alto” foi o que registrou Os Divergentes há mais de quatro meses.

Adeus, 2018 III. Com emprego e investimentos sendo retomados lentamente, a recuperação econômica é uma realidade, embora com mais vagar depois de Temer ter trocado inconfidências com o magarefe da JBS. Noves fora a imprescindível colaboração de Rodrigo Janot, o afoito procurador.

Adeus, 2018 IV. Já a reforma previdenciária está por um fio. E, se vier, será uma nesga da planejada. Como alento, resta um país com juros baixos e inflação controlada. É pouco, mas é o que há. Depois de mandatários da estirpe de Dilma Rousseff e Temer, talvez estejamos no lucro.

O NOME DISSO É MÚSICA: John Coltrane.

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