Assim como o pleito municipal de 2016 foi a eleição dos ricos e famosos, regulada por uma legislação que privilegiou quem já era conhecido e tinha dinheiro do próprio bolso para gastar, a de 2018 já está sendo chamada pelos políticos de eleição do R$1,99. Na explicação de quem conhece bem as campanhas, os cerca de R$ 2 bilhões do fundo de financiamento público recém aprovado no Congresso não vão dar nem para a saída – e os candidatos vão ter que comprar tudo em lojinhas de R$1,99 se quiserem que o dinheiro dê, acrescentam os engraçadinhos.
O cálculo de quem acompanhou de perto a campanha de 2014, que teve um custo total oficial, em todo o país e em todos os níveis, de cerca de R$5 bilhões, é de que vai faltar muito dinheiro. Mais ainda porque, segundo as estatísticas não oficiais de 2014, pelo menos o dobro disso terá sido gasto no caixa 2, ou seja, cerca de mais R$ 10 bi.
Ainda que essa conta pareça salgada demais para muita gente, e que de fato as despesas com campanha na TV e outros custos eleitorais tendam a diminuir depois da limpa da Lava Jato no meio político, dez entre dez especialistas em eleições vaticinam: o caixa 2 vai correr solto, com todos os riscos que isso implica nos dias de hoje.