Nessa confusa revisão da meta fiscal, as equipes política e econômica do governo bateram cabeça, ciscaram para todos os lados, e, ao final, entregaram alguns lotes na Lua.
No frigir dos ovos, o mais factível parece mesmo o cheque especial para tentar cobrir os bilionários buracos nas contas deste ano e do ano que vem. Os muxoxos de alguns caciques políticos são mais uma satisfação ao mercado financeiro.
Vozes desse mercado, aliás, reagiram de maneira protocolar, com críticas bem discretas, talvez aliviadas pelo sumiço de alguns bodes postos na discussão para isso mesmo, criar o clima para que mais uma conta fosse espetada no distinto público.
Como sempre, buscou-se nas prateleiras o que estivesse disponível para enfeitar o embrulho. Aí o que chamou atenção foi tudo o que se referiu aos servidores públicos, da extinção de vagas que já não existem, rigor no cumprimento do teto salarial ( parece piada diante de tantos abusos), a mexidas na aposentadoria e ao adiamento do reajuste de salários.
O inverso do pacote de bondades de Temer com o funcionalismo, com a concessão generalizada de reajustes salariais, a que se atribui uma parte dessa previsão de rombo nas contas públicas.
O problema é o seguinte: o governo Michel Temer alegou que estava cumprindo compromissos da gestão de Dilma Rousseff com esses reajustes salariais. Na realidade, não teve coragem — ou interesse – em enfrentar a pressão dessas corporações.
E agora, bem mais frágil, vai encarar?
Ou simplesmente está jogando a bola para a Câmara e o Senado, onde a influência dessas corporações é ainda maior, lavando as próprias mãos?
A conferir.