Expulso do PT depois que foi flagrado e preso por oferecer ajuda para fugir do país ao ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró, o ex-líder do governo no Senado Delcídio Amaral (MS) está consultando seus advogados se deve ou não comparecer ao plenário, no próximo dia 12, para votar pela abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Hoje o relator do processo contra Delcídio no Conselho de Ética, senador Telmário Mota (PDT-RR), apresenta seu parecer pela cassação, que deverá ser aprovado amanhã mesmo. O parecer será submetido ao plenário após cinco sessões de funcionamento do Senado.
Oficialmente, Delcídio está sob licença médica. Mas ela expira nos próximos dois dias o que lhe dá o direito de voltar a votar matérias em tramitação, como o impeachment. A licença, por sua vez, não impede o seguimento do processo contra ele próprio.
Resultado: como a abertura do impeachment deverá ser votada em plenário na semana que vem, e o processo contra Delcídio só na semana seguinte, fica a cargo do próprio senador decidir se participa ou não da decisão de afastar sua antiga correligionária no PT, Dilma Rousseff, da Presidência da República.
Os advogados de Delcídio estão aconselhando-o a não votar o impeachment. Acham que isso só atrairá votos contra ele daqueles aliados de Dilma que ainda estejam indecisos. Mas o senador está avaliando se, por outro lado, ele ganha votos da oposição ao aprovar o impeachment.
A decisão ainda não está tomada.