Na nossa babel política, o consenso é de que Michel Temer, não importa o tamanho da chuva ou do sol, não terá influência decisiva nas eleições de 2018. A avaliação é de que, se sobreviver, seu papel será um repeteco do vivido por José Sarney em 1989 — um secundário e pouco relevante saco de pancada.
Nessa maluca corrida política, essa fraqueza de Temer é também um bom capital político. Todos que antes tinham força eleitoral e ainda se consideram no páreo, em meio ao tsunami da Lava Jato, tentam esticar a corda, sem mudanças bruscas.
Não querem ser atropelados por algo e ninguém que pareça novidade. João Doria até que se assanhou, mas já baixaram seu facho.
Esse parece ser o jogo comum de Lula e Geraldo Alckmin, por mais que nenhum dos dois tenha certeza de sobreviver ao maremoto que varre a política no Brasil.
O fato é que manter, hoje, um combalido Temer no Palácio do Planalto, é a aposta menos arriscada para eles.
Nas hostes governistas, Alckmin, buscando não se comprometer, também não deixa os tucanos largarem Temer.
Do outro lado, Lula, batendo com gosto em Temer, também não quer apeá-lo do cargo.
O jogo do PT na Câmara, diferente do PSB, Rede e PSOL, é de votar logo o pedido de licença para o processo por corrupção passiva contra Temer. Alega que uma derrota abre as portas para uma futura vitória em votação de uma outra denúncia.
Derrota é sempre derrota. Os parceiros do PT na esquerda, exceto o fiel PC do B, desconfiam.
A conferir.