A angústia de Cristovam como juiz do processo de impeachment

ex-senador Cristovam Buarque - Foto Orlando Brito

Quem acompanha as longas reuniões da Comissão do Impeachment no Senado Federal fica com a impressão de que o senador Cristovam Buarque ainda está indeciso sobre como vai votar. Cristovam está filiado agora ao PPS, sucessor do velho Partidão (Partido Comunista Brasileiro), o primeiro partido a dar apoio ao pedido original de impeachment, assinado apenas pelos juristas Hélio Bicudo e Janaína Paschoal.

Cristovam se tornou conhecido no Distrito Federal como reitor da Universidade de Brasília. E se elegeu governador pelo PT.  Velhos correligionários petistas e um movimento em defesa Dilma Roussef criado na Universidade partiram para cima do senador, a quem chamam de golpista e ameaçam destruir a biografia. Nas redes sociais, em mensagens ao senador, e  em apelos a amigos e professores ligados a Cristovam, a pressão é total.

Na realidade, a ameça é puro blefe. Afinal, gostando ou não, a história, as lutas, os dilemas, enfim, a biografia de Cristovam são do conhecimento geral. Se há uma coisa que não dá para criticar em Cristovam é sua transparência, até porque ele costuma surpreender por uma certa ingenuidade política, o seu lado, digamos, meio Eduardo Suplicy.

A direção do PPS reconhece que Cristovam está no maior sufoco, angustiado. Mas não tem dúvida sobre seu voto. Como o senador se filiou ao partido, depois de perder a esperança de se candidatar pelo PDT à Presidência da República, seu comportamento aparentemente errático na Comissão do Impeachment não tem agradado a seus novos correligionários.  “Entendo que ele sinta a pressão de gente que já foi muito próxima dele, mas, para quem pretende presidir o país, a imagem de indeciso não é boa”, diz um dos principais líderes do PPS. O partido está recomendando ao senador que viaje pelo país, saia um pouco do seu mundinho de Brasília.

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