Vespertinas: nenhuma lei presta & a vara que virou ringue

Partidários de Lula acampam em Curitiba. Foto Wilson Pedrosa/Parana em Foco.com

Sim, é um duelo I. Sem lastro na realidade o que se lê em colunas nos matutinos, que o sufeta de Curitiba, Sérgio Moro, é apenas um juiz diante de um réu. Moro estará diante de sua maior presa, quiçá sua definitiva consagração profissional. Condenar Lula equivale a um feito histórico, de graves consequências para o País.

Sim, é um duelo II. Lula não está acima da lei, como tentam fazer crer seus seguidores, e, portanto, deve explicações à Justiça. As evidências da acusação não são poucas. A irrealidade está em fazer crer que de um lado há um juiz desinteressado, cumpridor de tarefas; do outro, apenas um suspeito de corrupção. Trata-se, sim, de um duelo. A 13ª Vara Federal, de um ringue. Não é apenas uma suspeita que está sendo investigada. É o Brasil do porvir que está em jogo.

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Diversionismo I. A leitura dos veículos de comunicação engajados no “Fora, Temer”, estuários do PT, sugere contradições. A primeira é a omissão do “Volta, Dilma”. Se a indigitada foi vítima de insídia parlamentar, nada mais coerente que propugnem a volta da mandatária à presidência. Pragmático, nenhum petista defenderia tamanho despautério.

Diversionismo II. A segunda é a leitura seletiva das denúncias da Operação Lava-Jato. Por óbvio, caso as acusações recaíssem exclusivamente sobre tucanos, a esquerda fundamentalista estaria cantando loas ao banimento do PSDB e propugnando o cárcere de peessedebistas. E, claro, operando pelo impeachment de um eventual presidente tucano.

Diversionismo III. Maior evidência da seleção é que, nas mesmas páginas onde a mídia engajada desqualifica as acusações contra seus próceres, lê-se incriminações contra os hoje apoiadores do governo de Michel Temer. Assim, as provas da Lava-Jato servem para condenar tucanos, mas não valem para petistas.

Todas as leis são ruins? I. Cientistas políticos e jornalistas repetem que deputados e senadores legislam de costas para os eleitores. A assertiva é falsa, mas, dada a rala credibilidade dos parlamentares e a incansável repetição, passa por verdadeira. Bastaria levantar as inúmeras leis que modernizaram nossos costumes, nossa política e nossa economia para constatar como a sociedade influencia as votações do Congresso Nacional.

Todas as leis são ruins? II. Isto significa que o Legislativo sempre vota em consonância com a vontade da população? Não. No caso da previdência, é possível que vote contra a maioria da cidadania. Como soeu acontecer em outros países democráticos que mudaram as regras previdenciárias, a saúde fiscal do Estado falou mais alto. Afora os caraminguás e prebendas distribuídos pelo governo Temer.

Todas as leis são ruins? III. Uma das provas mais contundentes é a legislação da qual se vale o sufeta de Curitiba, Sérgio Moro, para castigar meliantes do erário, entre eles parlamentares corruptos. O Congresso é disparado o poder mais aberto e mais consonante com o povaréu. Se fosse criado um ranking de permeabilidade à vontade popular, o Executivo viria em segundo lugar. O Judiciário, encastelado e vitalício, o mais distante e inacessível.

Ad hominem I. Vale a pena reproduzir a conclusão do divergente Andrei Meireles: “Nunca antes neste país uma investigação sobre corrupção se baseou em tão farta documentação. As provas são tão consistentes — com informações obtidas aqui e no exterior –, que não restou alternativa a grandes empresários, executivos de empreiteiras, ex-diretores da Petrobras, lobistas, a não ser confessar crimes, devolver dinheiro e entregar comparsas, para não mofarem na cadeia. Não fazem isso por gosto, mas falta de opção. Seus lucrativos crimes foram desvendados.”

Ad hominem II. A “montanha de evidências”, como descreveu Andrei, explica por que a estratégia do PT é desqualificar os acusadores. Nada mais resta a fazer, pois não há o que rebater. Não se trata de tucanos ou direitistas a imprecar contra petistas. As denúncias brotam das entranhas da sinistra.

Ad hominem III. Somente crédulos e nefelibatas podem acreditar que alguém se confessaria meliante do erário, devolveria milhões surrupiados caso fosse inocente. Mais: a Operação Lava-Jato não teria sucesso sem a colaboração de autoridades estrangeiras. Portanto, caso fosse apenas uma trama para criminalizar o PT, seria indispensável a conivência de promotores e juízes de além-mar.

Ad hominem IV. Simplificadamente, há duas categorias dos que defendem que o PT não é culpado. A primeira, ingênuos ou incautos. A segunda, os que sabem que as acusações são verdadeiras, mas que, em nome de uma causa maior, aceitam compor a militância ignara.

Ad hominem V. Qual é a causa maior? Libertar os trabalhadores do jugo do capitalismo opressor. Por acreditar que os trabalhadores não sabem tomar conta de si, a esquerda decide transferir o jugo para si. Como aconteceu em quase todos os regimes da sinistra, os camaradas subjugaram os que prometiam libertar.

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