No dia em que a Polícia Federal deflagra a maior operação de sua história – com a participação de mais de mil agentes em campo para prender, apurar e conduzir coercitivamente, apreender documentos e colher provas contra frigoríficos por venda ilegal e comercialização de carne estragada para consumo dentro do Brasil e no Exterior – outra operação, a Lava-Jato, completa três anos.
A Operação Lava-Jato é uma ação da justiça para investigar, prender e processar participantes de esquema de corrupção com a citação de nomes importantes da República, ocorridos em empresas estatais, principalmente a Petrobrás. Seu alvo são os envolvidos em crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro, formação de organização criminosa, entre outros. Ganhou esse nome porque os primeiros de seus presos tinham como endereço para reuniões um posto de abastecimento com um ponto de lavagem de automóveis, em Brasília.
Para coordenar e chefiar o conjunto de procuradores, chamado de força-tarefa, e integrar seu trabalho com a Polícia Federal, a Procuradoria-Geral da República, e em consequência o Supremo Tribuna Federal, foi designado o juiz Sérgio Fernando Moro, da Justiça Federal de Curitiba, hoje com 44 anos.
Nesses três anos, a Operação Lava-Jato resultou em 1434 processos instaurados, o cumprimento de 730 buscas e apreensões, 202 conduções coercitivas de suspeitos, 101 prisões preventivas, sendo seis delas em flagrante delito, nove acordos de leniência, 78 delações premiadas e 25 sentenças já proferidas. Considerada modelo de ação contra a corrupção é copiada em vários países.
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