Tirante a oposição, a queda da inflação para níveis civilizados agrada todo mundo. Como se sabe, a heterodoxia dos opositores do governo do presidente Michel Temer prega que “um pouco de inflação não é problema”. Deu na volta da carestia de dois dígitos.
Se, como preveem os economistas, o IPCA de 2017 rumar mesmo para o centro da meta do Banco Central, de 4,5%, esta fatura estará liquidada. Temer terá dizimado, assim, uma das heranças malditas da presidente Dilma Rousseff. Corrigir todo o estrago, calcula-se, é obra para muitos sucessores.
Como o presidente assumiu o papel de reformista de causas impopulares (necessárias, mas antipáticas), restam duas premissas para completar o mandato com uma avaliação menos indigente. Hoje, seus índices de popularidade rivalizam com os da antecessora antes do impeachment.
O caminho da salvação passa, acima de tudo, pela volta do emprego. Não há administração que possa almejar bons augúrios com trabalhador desalentado.
Se este contingente beirar os 13 milhões então, desista. A agenda de Temer pode abarcar todas as reformas que o Brasil sempre sonhou e nunca teve um presidente para chamar de suas, mas sem emprego… babaus.
Porém, a redenção pelo emprego que levaria Temer a alçar índices de popularidade mais salientes, daqueles que atiçariam seu desejo pela reeleição, não virá se a Lava-Jato detonar uma hecatombe na política, devastando governo e aliados. Quanto a isto, não há remédio.
A capela do Alvorada está à disposição do presidente. É ajoelhar e rezar.