Meta de Renan é ficar longe de Moro

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Renan Calheiros e Sérgio Moro

Semanas atrás, Renan Calheiros reuniu sua tropa de assessores e decretou: a prioridade deles, a partir de agora, é a eleição em Alagoas ano que vem, que pode ser bem complicada.

Renan sabe do risco de naufragar antes mesmo de chegar lá. Ele é tido como nome certo a ser atingido pelo tsunami da Lava Jato, que começará a invadir a praia de muitos caciques políticos depois do Carnaval.

Mas, se sobreviver, enfrentará em Alagoas uma parada dura, diferente de seus passeios em pleitos passados. Já sentiu a mudança de ares nas eleições municipais, em que seus candidatos foram derrotados nas maiores cidades alagoanas, inclusive em Arapiraca, onde reinava há tempos.

Renan tem dois objetivos: reeleger o governador Renan Filho e renovar o mandato com a conquista de uma das duas vagas a serem disputadas para o Senado. A cadeira que ele ocupa hoje e a do senador Benedito Lira, outro enrolado na Lava Jato.

Sua intenção é fazer uma dobradinha com o ex-governador Teotônio Vilela Filho, que ampliou seu cacife com a reeleição do tucano Rui Palmeira como prefeito de Maceió.

Mas nem isso é tranquilo.

A fragilidade de Renan na Lava Jato e seu desgaste eleitoral estimulam até gente do seu terreiro na cobiça por sua vaga no Senado. É o caso do ministro do Turismo, deputado Marx Beltrão, por quem Renan enfrentou aliados e adversários na batalha para emplaca-lo no governo Michel Temer.

Há alguns dias, Beltrão deu uma entrevista à Rádio Gazeta, em Maceió, em que disse que desde o primeiro dia de seu mandato como deputado em Brasília trabalha para viabilizar sua candidatura ao Senado em 2018.

Seu objetivo talvez seja apenas se colocar bem na fila do PMDB caso Renan não consiga escapar da Lava Jato nos próximos meses. Ainda assim, foi surpreendente.

O mandato é fundamental para Renan. Sem ele, pode perder o foro privilegiado e passar a ser investigado em Curitiba, jurisdição de Sérgio Moro.

Aí, sim, seria seu maior pesadelo.

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