O Planalto está batendo bumbo pelos investimentos estrangeiros no país terem batido recorde em janeiro. Quem entende do riscado, ao destrinchar o destino do dinheiro, baixa a bola. Avalia que ainda não é um indicador seguro de recuperação econômica.
Com alguns bons indicadores — a supersafra, o avanço do ajuste fiscal, e as quedas da inflação e das taxas de juro — o governo Michel Temer aposta forte no programa de concessões na área de energia, aeroportos, portos e ferrovias. Com novas regras, esse projeto, tocado pelo ministro Moreira Franco, espera atrair o interesse dos investidores mundo afora. Seria a hora da virada.
Dias atrás, esse otimismo sofreu um revés. O banco Santander promoveu uma reunião em São Paulo com as empresas espanholas que mais investem no Brasil, como Telefônica, Iberdrola, Repsol e OHL Brasil, para avaliar se está valendo o risco de apostar agora em novos projetos no país.
Conclusão unânime: por causa das incertezas políticas o mais prudente é pisar no freio.
As gigantes espanholas entendem que, antes de 2019, o melhor é fechar a carteira. Isso significa que pretendem ficar fora do programa de concessões na área de infraestrutura. A ausência delas é bem significativa.
Nas últimas décadas, as empresas espanholas são campeãs em investimento no Brasil, só ficam atrás das americanas.
Se a equipe de Henrique Meirelles não conseguir reverter essa decisão, os planos do governo para atrair investimento estrangeiro para um arrojado programa de infraestrutura passam a correr risco.
A conferir.