Ao longo da semana, comandantes das tropas da Força Nacional enviada pelo governo federal ao Espírito Santo foram pressionados a intervir nos quartéis em que os PMs estavam amotinados sob a cobertura de suas mulheres fazendo barricadas nas portas. O nervosismo de quem estava vivenciando o caos das ruas sem policiamento, e sobretudo o temor de quem assistia pela TV e temia que o movimento se alastrasse por outros estados, como quase ocorreu no Rio, levou alguns, inclusive no governo, a cobrar um tratamento mais enérgico.
Os comandantes das Forças Armadas responsáveis pelas tropas, porém, recusaram qualquer interferência mais drástica nos quartéis, reafirmando que seu trabalho é zelar pela segurança da população do Espírito Santo ocupando as ruas, num policiamento ostensivo, que permita aos cidadãos sair de casa. Um confronto entre exército e PMs, ou, pior ainda, um incidente que possa resultar em feridos e até em mortes é tudo o que a Força Nacional quer evitar.
Nos últimos dias, o Exército enviou três mil homens para o Espírito Santo, para substituir os 10 mil PMs grevistas do estado. Se o acordo celebrado na noite desta sexta não for cumprido pelos grevistas e a PM não voltar às ruas, em 24 horas poderão ser enviadas mais tropas.