Os cardeais do PMDB no Senado queriam colocar um ministro do STJ na cadeira de Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal. O leque era amplo: Renan Calheiros adoraria emplacar o conterrâneo Humberto Martins, mas trabalhava com a possibilidade de sucesso de vários outros ministros do tribunal bancados por colegas de partido.
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A intenção era escalar alguém com quem tinham boas relações para tocar a Lava Jato no STF. Depois que Michel Temer jogou a bola para a ministra Cármen Lúcia, abrindo caminho para a escolha de Edison Fachin, o PMDB mudou de alvo.
O entorno de Renan passou a apostar na indicação de Alexandre de Moraes. Vale recordar que a cúpula do PMDB tentou demitir Alexandre de Moraes do Ministério da Justiça, insatisfeita com seu desempenho em relação à Lava Jato.
Parece uma incoerência, mas faz todo sentido. A prioridade no PMDB é conseguir indicar um ministro da Justiça “com pulso” para enquadrar a Polícia Federal. Ali, o sonho de consumo seria Nelson Jobim, mas, por variados motivos, ele não parece interessado no cargo.
O PMDB quer palpitar nessa escolha. Os tucanos também. Pipocam nomes como o de Antônio Anastasia. Michel Temer pode arbitrar, como especialista na área, o interesse dos principais partidos de sua base política.
Pode surpreender e escolher, por exemplo, o ex-ministro do STF Ayres Brito, um craque alheio a esse jogo partidário. A principal restrição que lhe fazem é de que seria um “poeta” em um ministério tão complicado.
Poeta por poeta, Temer também joga nesse time.