Como ensina a sabedoria popular, catitu fora da manada é comida de onça. Nesses perigosos tempos de Lava Jato, o PT parece ter aprendido a lição: mais vale a proteção do bando, mesmo com indigestas companhias, do que se aventurar a enfrentar os riscos nessa inédita temporada de caça no país.
Algumas lideranças petistas, apoiadas por militantes que acreditaram no discurso de resistência ao “golpe das elites”, ainda tentaram manter as aparências.
Para dar um mínimo de coerência ao enredo – espécie de pinguela aos que caíram da cama atribuindo o tombo a uma rasteira contra as suas virtudes – eles queriam se exibir como paladinos da democracia. Portanto, teriam de se diferenciar de deputados e senadores que votaram a favor do impeachment de Dilma Rousseff.
Até fizeram barulho, em um coro puxado pelo senador Lindbergh Farias. De nada adiantou. Quem de fato manda no partido, Lula à frente, quer se misturar ao crescente rebanho de investigados pela Lava Jato, desesperada aposta em uma salvação coletiva.
Assim, o Diretório Nacional do PT, por maioria de votos, liberou as bancadas do partido a negociar apoio a “golpistas” candidatos ao comando da Câmara e do Senado. Tudo em nome da democracia.
Na realidade, prevaleceu a pragmática avaliação de que, juntos e misturados, eles têm melhores chances de sobrevivência.
A trágica saída de cena de Teori Zavascki reforça essa esperança. Como seus adversários, também enrolados na Lava Jato, sonham com alguma providência capaz de “estancar a sangria”.
Nem precisa ser uma pinguela, basta uma tábua que evite o afogamento.
A conferir.