Rodrigo Maia, do DEM, dobra a aposta no presidente Michel Temer para se manter na presidência da Câmara dos Deputados no biênio 2017-18. De quebra, espera que a ansiedade empresarial para sair da recessão econômica o ajude a consolidar sua reeleição à Mesa Diretora da Casa.
Em entrevista a Marcelo de Moraes, do Estadão desta segunda, 2, o presidente da Câmara encampa a reforma da previdência como a principal missão do Congresso Nacional no primeiro semestre de 2017. Sim, ele disse “Congresso”. Ou seja, assume também a responsabilidade da aprovação pelo Senado. “No primeiro semestre”, crava.
A aposta de Maia parece clara. Agradar o presidente Michel Temer, que precisa mostrar que não está parado enquanto o emprego (e a popularidade) não vem. Com Maia, Temer pode, ainda, sentir-se mais seguro de que eventuais tentativas de impeachment esbarrarão num aliado.
Ao mesmo tempo, o demista lança sinais ao empresariado. Com ele na presidência da Câmara Baixa, a Previdência Social vai ser reformada – em que pese toda a impopularidade da empreitada. A reforma vai gerar “uma brutal confiança dos investidores” no Brasil impactando “no restabelecimento do crescimento”, garante.
É uma aposta. Quer contar, assim, com a forte influência de Temer no Legislativo e o apoio indireto de empresários que, como a maioria dos brasileiros, estão cansados de PIBs negativos.