A derrota do governo na votação do projeto de renegociação das dívidas estaduais, que acabou desidratado pelos deputados que retiraram do texto as contrapartidas que cortariam despesas, reavivou no entorno de Michel Temer as conversas sobre a reforma ministerial. Aliados do presidente acham que, sem mudanças no esquema de articulação política do governo, não vai dar nem para começar a discutir a reforma da Previdência.
A primeira vítima da derrota deverá ser o líder do Governo, André Moura (PSC-SE), há tempos alvo de tucanos, peemedebistas e, sobretudo, do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que estava quase nomeado para o cargo quando teve seu tapete puxado. Temer deixou de nomear Maia para atender um pedido de Eduardo Cunha e do Centrão a favor de Moura.
Só que os tempos mudaram. Cunha caiu e foi preso. Maia virou presidente da Câmara com fortes chances de reeleição. E André Moura virou o saco de pancadas preferido do plenário. Para compensar sua substituição, poderá ser escolhido um outro deputado do Centrão, de perfil mais palatável. Ou mesmo um peemedebista, para compensar a perda da secretaria de governo, responsável pela articulação política, para o PSDB de Antônio Imbassahy – cuja nomeação um dia sai..