Que vivemos tempos de esgarçamento institucional não resta dúvida. Os poderes da República clássicos – Executivo, Legislativo e Judiciário – exacerbam seu papel constitucional quebrando cada vez com mais frequência a indispensável harmonia entre si.
O Ministério Público, o quarto poder, que não foi assim consagrado formalmente na Constituição de 1988, assanha-se há tempos também buscando protagonismo além dos seus limites. Do mesmo modo que o Judiciário e o Legislativo, reage corporativamente ao sistema de check and balances necessário ao equilíbrio democrático.
Porém, o mais dramático neste cenário perturbador é que o timoneiro da pinguela que nos levará até às eleições de 2018 parece perdido. Na barafunda política, fustigada pela crise econômica e pela intolerância crescente à corrupção, a sensação que se consolida é a de que o presidente Michel Temer não sabe o que fazer.