Assessores do Planalto andam defendendo medidas heterodoxas para acelerar a recuperação da economia, uma vez que os efeitos do ajuste fiscal sobre a atividade econômica vem ocorrendo aquém do que foi imaginado pelo governo.
A ideia originalmente verbalizada por empresários na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) foi na linha de que, sem estímulos pontuais, como criação de linha de crédito no varejo com recursos públicos, a retomada do crescimento será lenda e gradual.
Só que o receituário do Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, segue a linha ortodoxa da economia. Não há espaço para pacotes de medidas pontuais de ampliação da demanda agregada.
A crença de Meirelles é de que o controle de gastos públicos vai diminuir o impacto fiscal sobre a política monetária, potencializando o crescimento da economia pela mão do setor privado.
A concessão de linhas de crédito subsidiadas pelas instituições públicas, como foi feita pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, reduz o efeito da política monetária sobre o controle dos preços, em especial das taxas de juros reais da economia. O controle do gasto público faz o contrário: além de melhorar as expectativas dos credores sobre a capacidade do Tesouro Nacional de pagar suas dívidas, potencializa os efeitos da taxa de juros sobre a inflação.