Dezenas de manifestantes de extrema direita invadiram o plenário da Câmara, quebraram uma porta de vidro, suspenderam a sessão e expulsaram o presidente em exercício Waldir Maranhão. Depois de muita confusão, troca de socos, gritos favoráveis à intervenção militar e a leitura de um manifesto confuso com propostas como o fim da reeleição e a redução do número de deputados e senadores, os invasores deixaram o plenário.
Por ordem do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, os invasores foram indiciados e presos pela Polícia Federal por destruição de patrimônio público. Caso eles resistissem, seriam retirados à força, inclusive com uso de bombas de gás lacrimogêneo
Alguns manifestantes saíram antes e não quiseram identificar a que grupo pertenciam. “É o movimento do povo brasileiro contra o Poder Legislativo e o comunismo”, afirmou um deles. Se diziam “patriotas” e foram chamados de “fascistas” por quem estava indignado com o comportamento deles.
Pelas mensagens e vídeos que postaram durante a ocupação, algumas ficaram menos confusas. Eles se autointitulam “Patriotas do Brasil”, dizem ser contra a corrupção, elogiam o juiz Sérgio Moro, pregam uma intervenção do povo nos poderes da República. Para eles, quem representa o povo são eles mesmos.
Elogiam os militares, mas disfarçam a defesa de um golpe militar. No You Tube não assumem responsabilidade sequer sobre o que publicam. Dizem que cada um fala por si. É uma turma corajosa quando agride a democracia, mas covarde quando teme enfrentar as leis que asseguram o Estado de Direito.
Durante o deprimente espetáculo na Câmara, eles chegaram a dizer que só sairiam na presença de um general ou do presidente Michel Temer. Os manifestantes entraram na Câmara alegando que iriam aos gabinetes dos deputados Major Olímpio e Jair Bolsonaro. Conseguiram chegar até o corredor da Presidência da Câmara, atravessaram o Salão Verde e invadiram o plenário.
Enquanto eram levados para prestarem contas na Polícia Federal falaram grosso. Eles se acham acima das leis. Elas só valem para os outros. Péssimo exemplo.