Depois de desentendimentos públicos, neste fim de semana os caciques do PSDB chegaram a um acordo sobre as condições para o partido participar do governo Michel Temer. Querem a adoção de um programa mínimo de governo, com a inclusão de pontos que consideram fundamentais, para uma aliança formal e institucional com o PMDB. No acerto entre o governador Geraldo Alckmin e os senadores Aécio Neves e José Serra ficou definido também que os tucanos não vão aceitar cooptações individuais de seus quadros. “Não há hipótese de o PMDB fazer com a gente o que o PT fez com o PMDB”, afirma o senador Cássio Cunha Lima, líder do PSDB no Senado.
Em conversa com um interlocutor de Michel Temer, que, com toda certeza, comporá o futuro governo, a resposta veio na lata: “Exigências atendidas. No primeiro governo Lula, o Michel foi vítima desse processo de cooptação. A aliança com o PSDB e com os outros partidos será institucional”.
Tucanos e o entorno de Temer também concordam com outra premissa: ninguém vai impor nomes, os escolhidos devem ser pessoas da confiança do presidente. Assim sendo, a aposta geral é de que José Serra só não será Ministro da Educação, em uma pasta encorpada com a Cultura, se não quiser. Tudo indica que quer.
Além de exigirem pompa e circunstância para selar o acordo, os tucanos pretendem dar uma demonstração de processo democrático de decisão. Ao longo da semana, serão ouvidos os deputados, os senadores e os governadores. Só na segunda-feira que vem ( 3 de maio) é que a Executiva Nacional do partido formalizará a decisão. De acordo com todas as previsões, dez dias depois ( 13 de maio) subirão junto com Temer a rampa do Palácio do Planalto.