Apesar dos esforços, o Banco Central só conseguiu neutralizar em parte o efeito do déficit das contas do Tesouro Nacional de setembro sobre os instrumentos da política monetária de controle da inflação.
Toda vez que o Tesouro Nacional injeta na economia mais recursos do que arrecada de impostos, fica mais difícil para o Banco Central calibrar o volume de dinheiro compatível com as taxas de juros utilizadas para induzir a queda dos preços da economia.
Os chamados fatores condicionantes da base monetária de setembro, divulgados hoje, indicam que as operações do Tesouro Nacional foram expansionistas em R$23,2 bilhões neste mês. O Banco Central conseguiu fazer emissões de títulos para retirar R$10,6 bilhões do mercado e fez um enxugamento de liquidez com operações externas, além de recolhimento de compulsórios dos bancos.
Mesmo com estas medidas, não conseguiu evitar uma injeção de R$ 11 bilhões de recursos no mercado. É mais que o dobro do mês de agosto.
Quando o presidente do BC, Ilan Goldfajn, fala da importância da aprovação do ajuste fiscal no Congresso, está se referindo à necessidade do Tesouro Nacional injetar menos recursos na economia do que arrecada, ao contrário do que faz hoje, para que o Brasil tenha uma economia saudável, capaz de crescer sem inflação e com distribuição de renda.