A União já conseguiu o dobro de receitas de repatriação de recursos externos prevista no relatório bimestral de setembro e outubro de Receita e Despesas enviado ao Congresso.
A estimativa para estes dois meses era uma arrecadação de R$ 6,2 bilhões, mas a Receita Federal já conseguiu R$13,9 bilhões para os cofres do Tesouro Nacional, sem falar na parte que ficará com Estados e Municípios por conta de direitos sobre a arrecadação do Imposto de Renda.
Esta arrecadação adicional à que estava prevista na programação de receitas e despesas da União poderá ser utilizada para fazer frente à frustração de arrecadação de impostos e, se isso não for necessário, vai melhorar o déficit primário que foi estimado para 2016 em 170,4 bilhões.
Assessores do Ministério da Fazenda acreditam que até o final do mês, quando será encerrado o prazo para adesão ao programa de repatriação, devem entrar nos cofres públicos mais de R$ 50 bilhões.
Se estas projeções estiveram certas a União vai embolsar, a grosso modo, R$ 37,5 bilhões e os Estados e municípios R$ 12,5 bilhões. São recursos que podem tirar muitas unidades da federação do sufoco.
Esse fluxo de arrecadação da repatriação explica a dúvida dos últimos dias do presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, de propor alteração da lei no Congresso. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, nunca se opôs à mudança, mas deixou claro diversas vezes que a lei atende as metas de arrecadação da Receita Federal.