Nos tempos politicamente incorretos, nós, adolescentes, brincávamos com piadas machistas, misóginas, xenófobas e homofóbicas. Não tínhamos a noção do preconceito. Era errado, mas era assim. Mas alguns, ainda bem, evoluíram. Esse nariz de cera é necessário para explicar a história que segue. Meninos candangos, ficávamos sentados embaixo do prédio para conversar.
O mote sempre era falar da vida alheia e sacanear os outros por causa da origem regional. Lembrando: eram os primeiros anos de Brasília, quando todos vieram de fora. Pois bem, para os maranhenses a piadinha era a mesma: nem todo maranhense é qualira, mas todo qualira é maranhense. Qualira é o sinônimo para homossexual na terra de Sarney. Então vamos lá: nem todo bolsonarista é assassino, mas todo assassino é bolsonarista. Outra coisa: Jesus não foi castigado, foi torturado.