O mega jantar nesse domingo (9) no Palácio da Alvorada vai ser uma demonstração de força parlamentar do governo, mas também deverá ser o começo de uma despedida. O martelo está batido. O deputado André Moura cumpre aviso prévio na liderança do governo na Câmara. Fica mais um tempinho para não fazer marola durante o esforço pela aprovação da emenda constitucional que fixa um teto para os gastos públicos, prioridade absoluta de Michel Temer.
André Moura pode até não ter percebido, mas, na prática, ele já foi destituído. Por causa disso, quem está somando expedientes é Rodrigo Maia: preside a Câmara em bem avaliada gestão, substitui Temer em suas viagens ao exterior, e se tornou o verdadeiro líder do governo na Câmara.
Aprovado na Câmara o teto dos gastos, Moura dará lugar a outro líder. Ministros de Temer dizem que o motivo de sua saída não tem a ver com ele ser do Centrão. Mas por duas falhas graves: ele não tem perfil para conduzir a ambiciosa agenda de reformas assumida pelo governo e seus conflitos abertos com Rodrigo Maia.
Seu sucessor pode até ser do Centrão. Desde que tenha a benção de Rodrigo Maia.