Desde que assumiu o ministério da Previdência, há pouco mais de duas semanas, Carlos Lupi, presidente do PDT, tem sido motivo de dor-de-cabeça para o governo. Logo nos primeiros dias saiu falando o que não podia e nem devia. Pior, sem sequer combinar com o chefe ou com os colegas da equipe econômica. Foi para os jornais e declarou que pretendia reverter mudanças aprovadas na reforma da previdência em 2019.
Não deu outra. Levou um puxão-de-orelha público do colega Rui Costa, da Casa Civil, que negou qualquer intenção do governo nesse sentido. Antes que outros ministros seguissem o exemplo, criando outros problemas, Lula convocou uma reunião ministerial para dar um “freio de arrumação” na equipe.
Passado esse episódio, Lupi voltou a chamar atenção da imprensa na semana passada ao se nomear para a função de membro titular do Conselho Fiscal do Sesc (Serviço Social do Comércio), no qual receberá R$ 4 mil por reunião. Mais um constrangimento desnecessário.
Não satisfeito, criou mais uma saia justa para o governo. Indicou o engenheiro Max Pantoja para presidência da Previc, considerado um “assediador compulsivo” pela Justiça do Trabalho durante o período que ocupou a Diretoria de Planejamento da Funcef.
O juiz Paulo Henrique Blair de Oliveira, do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região, considerou que Pantoja fazia “acusações infundadas, irresponsáveis e levianas” contra o subordinado sem apresentar provas e que “se valia do cargo impor uma posição de superioridade, inclusive entre os seus iguais”.
A Funcef foi condenada a pagar uma indenização de R$ 150 mil a um funcionário em maio do ano passado por não ter adotado as providências necessárias contra os abusos cometidos por um dos seus diretores.
Continuar assim, o PDT acabará assumindo a liderança da oposição a Lula.