Ao perceber que a tentativa de golpe com a invasão aos três poderes da República no último domingo deu muito errado para o movimento, os bolsonaristas agora buscam narrativas para tentar reverter o estrago ou pelo menos minimizar as consequências dos crimes que cometeram e pelos quais deverão responder.
Presos e expulsos do Planalto, do Congresso e da Suprema Corte, depois de destruírem tudo que encontraram pela frente, tentaram convencer aos seus apoiadores que as atrocidades cometidas foram provocadas por “infiltrados da esquerda”, os black blocs.
As cenas de vandalismo que correram o mundo, a maioria delas divulgadas pelos próprios bolsonaristas, desmontam essa narrativa. Convence, talvez, os mesmos que acreditaram na justificativa furada do deputado Eduardo Bolsonaro, flagrado curtindo a Copa do Mundo no Qatar, enquanto bolsonaristas tomavam chuva em frente aos quartéis, de que teria ido levar “pen drivers” com informações sobre o Brasil para as autoridades daquele país.
A fábrica de fake News bolsonarista não tem limites. A mais recente narrativa é de que uma idosa de 77 anos teria anos teria morrido no Ginásio da Academia de Polícia Federal, onde os detidos dos atos antidemocráticos estão passando por triagem.
O boato está sendo disseminado massivamente em todas as redes sociais dos apoiadores do ex-presidente. A deputada bolsonarista Bia Kicis chegou a anunciar a morte da idosa no plenário da Câmara na tarde da segunda-feira (9). Pior, ela disse que havia recebido a confirmação do fato pela OAB.
A Polícia Federal chegou a emitir uma nota desmentindo a informação falsa, que chegou aos TTs do Twitter no Brasil. Como não existe cadáver, os bolsonaristas buscaram nos bancos de imagens do Google a foto de uma idosa para ilustrar o post que viralizou nas redes sociais.
Deolinda Tempesta Ferracini morreu há exatos três meses, vítima de um AVC, e nunca esteve em um desses acampamentos bolsonarista em frente aos quartéis. De acordo com o Estadão, as fotos foram feitas pelo fotógrafo Edu Carvalho, marido de uma das netas dela, em 2018, e disponibilizadas na internet.
A família está indignada com o uso indevido da imagem da D. Deolinda. Pudera, tem pouco tempo que ela faleceu. Ela e seus familiarias merecem respeito, mas essa é uma palavra que parece não existir no dicionário dos fanáticos bolsonaristas.
Até quando essa gente vai continuar criando e disseminando mentiras para alimentar o ódio e a divisão do país? Será que nem os mortos eles deixam em paz?