Não dá para tapar o sol com peneira. Os institutos de pesquisa erraram feio ao tomarem o pulso da intenção de voto dos brasileiros. O que diziam no sábado à noite sobre como votariam os mineiros, os paulistas, os gaúchos e até os cariocas foi desmentido pelos eleitores no domingo.
Nem é tanto sobre a votação do Lula que ficou na margem de erro com uma pequena oscilação para baixo, mesmo obtendo seis milhões de votos de vantagem. A de Bolsonaro é que foi maior que a prevista. E conseguiu levar junto uma penca de governadores, senadores e deputados federais, uma bancada combativa contra uma provável gestão Lula.
O jogo a partir de agora muda para os dois lados. A turma de Bolsonaro ganhou fôlego. Vai partir para um ataque sem precedente, até porque sempre colocaram na berlinda as pesquisas eleitorais. Ganharam ampla munição, além das fake news, pra abastecerem suas redes sociais. Prometem chumbo grosso. É aí que mora o perigo.
Na bolha bolsonarista, que se mostrou maior do que as pesquisas indicavam, é hora de uma ofensiva total. Quem apoia Lula ou vai se engajar no segundo turno não pode dar mole. A campanha de Bolsonaro superou seu rubicão e tem uma penca de argumentos, como a redução da inflação, o auxílio Brasil e a redução do preço dos combustíveis para esgrimir. E isso vai ser turbinado por um empresariado urbano e rural que não quer a volta do PT ao poder.
Lula, além de atrair o previsível apoio de Simone Tebet e Ciro Gomes, vai ter que ser mais explícito em seu programa de governo, uma carta que guardou na manga no primeiro turno. Os resultados do primeiro turno mostraram que o antipetismo continua forte em São Paulo e em outras regiões do país. Para vencer Lula vai ter que superar esses obstáculos.
Lula é favorito no segundo turno. Mas se vencer, com essa nova composição do Congresso, terá que usar toda sua ginga para governar.
A conferir.