Estive na terça-feira no lançamento do livro Ao Brasil, com amor, dos jornalistas Jamil Chade e Juliana Monteiro. Quando cheguei à livraria da Travessa, o bate-papo com os autores já havia começado. Jamil terminava de ler um trecho do livro, que na verdade é uma troca de cartas entre os dois.
O público participou com perguntas e comentários. O papo girou em torno do momento político em que estamos, da enrascada em que nos metemos, da polarização que atinge e aflige a todos e da perspectiva de um futuro melhor.
Juliana nos trouxe um olhar de ternura sobre os apoiadores do PR. Disse que esteve na manifestação/comício de 7 de setembro para observar o público e que não viu ali milhares de fascistas, ela ressaltou que muitas pessoas provavelmente também estavam buscando esperança.
Jamil falou de sua experiência como correspondente internacional e de que, entre outras coisas, como é triste a existência de muros que dividem e separam pessoas.
Ambos concordam que o atual mandatário contribui, e muito, para aumentar e fortalecer o muro criado para dividir os brasileiros, por isso ressaltaram a necessidade de tentarmos mudar essa realidade, que passa, claro, por apeá-lo do poder.
O discurso de ódio e desprezo pelos mais necessitados de Bolsonaro transpõe barreiras e insufla pessoas a agirem como ele. Vimos recentemente assassinatos por motivo político; agressões a jornalistas, especialmente a mulheres (os machões costumam ser covardes); agressões a manifestações religiosas divergentes; agressões a pessoas pobres; rompimentos e brigas entre familiares e amigos etc.
Essa ideologia incrementada a partir do bolsonarismo não admite o contraditório, nem o diferente. O que não está com eles deve ser “extirpado”.
Jamil e Juliana, ao contrário, insistem em valorizar o outro, seja lá ele quem for. É um livro forjado no sentimento, já nas primeiras páginas há fotos que denunciam que a obra está impregnada de amor.
Comecei a ler o livro e percebi que é daquele tipo que captura o leitor. Portanto, caso queira lê-lo, inicie num dia em que não tenha muito o que fazer, pra não ficar que nem eu, louca pra largar tudo e retomar da página onde parou.