Uma dúzia, que nem ovos. São os vários candidatos à presidência da República, número excessivo, e quase todos de má qualidade. Menos a candidata senadora. Muitos não conseguem imaginar por que tramaram essa desfeita com o povo brasileiro, mas todos estão determinados a reagir. E é o que vai acontecer, lá pelo início de outubro.
Os candidatos, que já vem martelando a paciência dos eleitores, apresentando propostas bobas e publicidade desqualificada em relação ao que pretendem fazer. Os anúncios na televisão são idiotas e repetidos, porque fizeram uma ou duas versões apenas. Todos são bonzinhos. Difícil assistir a baboseira seguidamente.
Dos doze ou treze candidatos só dois, o um e o outro, estão sendo apontados pelas pesquisas como passíveis de serem eleitos para presidente desta República. Todos os outros não se envergonham de terem seus nomes sequer lembrados pelos eleitores. Como pode uma eleição presidencial ter apenas dois candidatos com votação sugestiva, sendo os demais catadores de migalhas?
Lula e o Bolso se odeiam. Não trocam ideias nem propostas, mas ofensas. O ex-capitão está louco para promover um golpe de Estado e melar tudo, mas seu desejo é isolado, embora todos estejam atentos a ele. Esta eleição só tem uma certeza: ou ganha o Lula ou ganha o Bolsonaro. Qualquer deles colocará o país em séria crise.
Os dois campeões de votos já estão em preparo para sobreviver e arranjar uma outra atividade lucrativa depois das eleições. Pode ser que eles tenham prestígio também no mercado empreendedor de negócios. Presidente não deu, atividade econômica pode dar.
Bolso, o arrojado, tem várias opções para o caso de ficar desempregado, o que não será por muito tempo, ele acha. Bolsonaro pode se acertar com a Honda para ser trainee de motoqueiros, já tendo dado várias demonstrações de seu talento. A Yamaha também pode ser uma opção para trabalhar no comando da divisão de jet skys da empresa. Tudo bem remunerado, claro.
Bolsonaro ganhou prestígio nos Estados Unidos por ter liberalizado a venda de armas no Brasil. O consumo já está aumentando bastante. É outro setor onde ele espera grande trânsito para negócios, se for derrotado, no caso de virar ex. É mais uma oportunidade de trabalho rentável. Bastante .
O futuro ex, se assim acontecer, pode receber o título de “Fellow” da National Rifle Association, que vai enche-lo de orgulho. Tal entidade, indiretamente ligada ao assassinato de crianças nas escolas americanas, por fornecer o equipamento de trabalho, foi fundada em 1871 e hoje tem 5,5 milhões de integrantes. São felizes proprietários de um rifle.
Pelo menos com esse primeiro eventualmente derrotado, o ex-capitão, nenhum de seus amigos precisa mais se preocupar. Não lhe faltará emprego. Poderá ainda montar uma academia de tiro ao alvo, a ser mantida e explorada pelos três Zeros. Zero de alvo.
Mas o companheiro Lula, sempre rouco, também não ficará sem trabalho se for derrotado nas urnas, lembram seus amigos. Mas eles também já estavam se organizando há tempos. Os dois, Lulinha e Bolsonarão, não serão abandonados pelos seus seguidores. Os brasileiros, já foram abandonados há muito tempo.
Lula, eventualmente derrotado, como seria o Bolsonaro, não ficará sem emprego. Ele também tem prestígio e ganhou experiência administrativa nos oito anos de serviço público. Lula poderia montar uma empresa imobiliária para negociar apartamentos de luxo no Guarujá. Ele ganhou experiência no ramo e no local.
Lula poderia escrever um livro de memórias “Do sindicato ao peculato”, que certamente terá boas vendas. Em Curitiba, ele aprendeu a viver razoavelmente bem em espaço limitado, experiência que poderá ajudá-lo a montar uma construtora. Só para estúdios, mas com todos os requisitos necessários e razoáveis para solteiros (as).
Lulinha pode acabar sendo um bom empresário, cheio de ideias. O terceiro casamento custou-lhe caro e despertou-lhe interesse em montar uma empresa de grandes efemérides, festas, recepções e outros acontecimentos. Caro mas tudo muito lindo. Lula ainda pode montar uma empresa que facilite os contatos com dirigentes de outros países, de modo a estimular a realização de negócios. Chamam isso também de lobby. Ele se dá bem com quase todos os presidentes do mundo, que o convida a visitá-los.
Tudo organizado, nem Lulinha nem Bolsonarão terão problemas materiais depois da eleição, qualquer que seja o resultado. O povo brasileiro, ora, continuará sofrendo com os vícios e a malandragem dos chamados governantes.
José Fonseca Filho é jornalista