Ouvi na CBN trechos de uma entrevista do presidente do PT, Rui Falcão. Ele falava sobre as deliberações do Diretório Nacional do Partido. As principais são as manifestações de solidariedade ao ex-presidente Lula por causa das denúncias da força-tarefa da Operação Lava Jato. Até aí o previsível.
O que me surpreendeu foram algumas ressalvas, atípicas na história do partido, especialmente no momento em que seu fundador e líder máximo é alvo da Justiça. Falcão informava que os candidatos petistas a prefeito em todo o país vão ler em sua propaganda eleitoral uma nota padrão de solidariedade a Lula, mas é uma recomendação. Quem achar, por qualquer motivo, que não deva ler a nota, não é obrigado.
Indagado sobre a convocação de Lula para que os militantes se vistam de vermelho, Rui Falcão concordou com o ex-presidente, mas disse também que quem está usando outras cores na campanha eleitoral devem fazer suas escolhas.
Mas foi uma terceira resposta que mais chamou minha atenção. Rui Falcão destacava a disposição de Lula de participar mais ativamente da campanha eleitoral petista, mas, disse ele, Lula só irá onde os candidatos quiserem a sua presença.
Como assim? Há campanhas petistas em que a participação de Lula, em vez de ajudar, pode atrapalhar? Como diz o belo samba de Chico Buarque, quem te viu, quem te vê.